sexta-feira, 6 de junho de 2014
Organizadas em grupo, mulheres da periferia usam internet para lutar contra preconceito
Grupo de jornalistas das regiões mais afastadas de São Paulo criam site para compartilhar histórias de superação e mostrar que são muito mais do que a sociedade pensa sobre elas
Cansadas de serem retratadas de forma negativa pela sociedade, mulheres da periferia de São Paulo se reuniram para colocar um fim nos estereótiposque permeiam o imaginário coletivo sobre quem são. A iniciativa de nove jornalistas que moram nas regiões mais afastadas da cidade é de compartilhar histórias de superação para empoderar mulheres.
As jornalistas, que cobrem a região periféria de São Paulo para um blog chamado Mural, criaram o projeto batizado de "Nós, Mulheres da Periferia" para dar visibilidade à ações que valorizam o gênero feminino. O objetivo é, também, compartilhar histórias de luta, mas principalmente de superação."Geralmente somos estereotipadas entre dois perfis: a empregada doméstica ou a sambista/funkeira, ou seja, mulher objeto, para trabalho ou para ‘entretenimento’. As mulheres são múltiplas em todos os lugares e classes sociais. Na periferia não é diferente", contou Lívia Lima da Silva, uma das integrantes do grupo, para a Marie Claire.
"Somos julgadas como preguiçosas, que têm muitos filhos para receber bolsa família. Isso é um grande preconceito de classe. Somos muito mais, somos trabalhadoras, profissionais, artistas, mães. Somos livres."
"A partir do artigo, lançamos-nos oficialmente como um coletivo de mulheres, profissionais de comunicação, que por meio de um site próprio pretendem contar as histórias dessas mulheres, que também somos nós", concluiu.O site criado pelas jornalistas começou a ser idealizado depois que um artigo escrito por elas fez sucesso ao ser publicado em um jornal de Sâo Paulo e ser replicado em outros veículos.
terça-feira, 3 de junho de 2014
Resposta em forma de CORDEL as declarações preconceituosas contra o Nordeste, publicadas pelo advogado Gustavo Zanelli.
"Imagine o Brasil ser dividido e o Nordeste ficar independente"
Advogado dá um show de imundices e demonstra falta de conhecimento acerca dos nordestinos
Advogado sugere separar nordeste do Brasil
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhFND4iZfCFW-nasH2CrkfHB06H32d31BEVJ2WmgWsLdt4JCLboPY9p5mzJOZXr16q-SV7ouvatbBzxzUssZSn360UhirSOjR0hs4MSz02GwTyOsbGexQQBsuLwTq4LBLSRzeJk6wDqg/s400/advogado-separar-nordeste.jpg)
Os comentários de um advogado paranaense vêm causando revolta nas redes sociais desde a noite de quarta-feira (11). Em post publicado no dia 9 de setembro, Gustavo Zanelli diz que “não adianta querer misturar as culturas norte/nordeste X sul/ sudeste. É por isso que há tão poucos sulistas no nordeste (nós não aguentamos isso aqui)”.
Um terceiro comentário, feito no dia 7 de setembro, ironiza as condições climáticas de São Luís. “Acabo de chegar em terras maranhenses! O calor aproxima os 90 graus”. Quando uma pessoa comenta “GU VC TA MORANDO NO MARANHÃO MESMO !!!!!!!!!!”, Gustavo vai além. “Até dezembro ficarei aqui (…) Não sei se suportarei até dezembro o calor, a grosseria dos nordestinos e essa comida horrivel, mas o objetivo inicial é ficar até dezembro”, dispara.
![]() |
Postagem de Advogado circula nas redes sociais (Foto: Reprodução/Facebook) |
“Gustavo Zanelli – Advogado, residente em São Luís-MA ofendendo os Nordestinos. Deu um show de imundices mostrando sua total falta de conhecimento antropológico, histórico e geopolítico acerca da história do Brasil e dos feitos e da força do povo nordestino. Não sou nordestino, sou Carioca e este imundo não me representa. Ja fiz a denúncia na página de todas as OAB’s do NORDESTE, e semana que vem levo formalmente na sede da OAB-MA”, avisou. A mensagem já possui 43 curtidas e 78 compartilhamentos.
Justiça condena estudante Mayara Petruso por preconceito contra Nordestinos
As ofensas aconteceram no dia 31 de outubro de 2010, logo depois da vitória nas eleições de Dilma Rousseff sobre José Serra
Da Redação
A estudante de Direito Mayara Petruso foi condenada pela Justiça Federal de São Paulo pelo crime de discriminação, por fazer comentários após a vitória de Dilma Rousseff no segundo turno das eleições de 2010.
A universitária postou em seu Twitter a seguinte mensagem: “Nordestisto (sic) não é gente. Faça um favor a SP: mate um nordestino afogado!”.
Mayara recebeu uma punição de 1 ano, 5 meses e 15 dias de prisão, mas a pena foi convertida em prestação de serviço comunitário e pagamento de multa.
Arrependida
Mayara, em sua defesa, admitiu que publicou a mensagem e confessou ter sido motivada pelas eleições. Ela também disse não ter intenção de ofender, negou ser preconceituosa e se declarou arrependida. A estudante disse ainda que não esperava a repercussão que o caso teve.
Mayara trabalhava em um escritório de advogacia mas perdeu o emprego depois do caso. Ela também teve que mudar de cidade e de faculdade por conta da repercussão de suas mensagens.
"O que se pode perceber é que a acusada não tinha previsão quanto à repercussão que sua mensagem poderia ter. Todavia, tal fato não exclui o dolo", diz a juíza na decisão. A juíza também estabeleceu uma pena abaixo do mínimo legal por entender que Mayara já sofreu consequências por suas ações. "Foram situações extremamente difíceis e graves para uma jovem", diz ainda a Justiça.
domingo, 1 de junho de 2014
Vencendo o preconceito.
Transexual também tem o direito de trabalhar e casar!
Ariadna Seixas, 28, ainda vestia roupas masculinas quando soube que passou no concurso de emprego do Sesc Consolação. Foram dois anos entre a aprovação e o início do batente, tempo suficiente para tomar hormônios e mudar seu rosto em busca da aparência que considerava ideal.
O coração apertou em 2012, quando começaria, enfim, a trabalhar. "Eu tinha feito o processo de um jeito e de repente estava de outro", diz.
Tirou maquiagem, prendeu os cabelos pretos e pôs roupas largas. No Sesc, assinou a papelada do novo cargo: funcionária do vestiário masculino.
Foram duas horas de choro dentro do ônibus que a levou do centro até sua casa, na zona norte. "Não dormi. No dia seguinte, liguei dizendo que era transexual. Que não queria uma vaga masculina. Que não conseguiria entrar naquele vestiário." Ouviu: "Vou verificar".
O telefone tocou em dois dias. "Sua vaga foi realocada. Agora seu trabalho será como orientadora de público, com crachá e uniforme femininos."
Em seu primeiro emprego "depois da transição", ela interage com centenas de visitantes todos os dias. "Sei que é uma sorte encontrar trabalho assim e não precisar me esconder."
Além de trabalho, Ariadna encontrou um marido, com quem vive há dois anos. "Ele sempre foi heterossexual. Claro, ué. Eu sou mulher."
Assinar:
Postagens (Atom)